Finalmente as autoridades acordaram e decidiram abrir processo contra Luiz Inácio da Silva para saber se o agora lobista de empreiteira levou para casa, quando deixou a Presidência da República, algum objeto dos palácios ou que foram doados ao Estado brasileiro na pessoa do chefe do Executivo federal. De chofre a ação foi aberta apenas contra Lula, mas por conta da malfadada tese do “politicamente correto” o Ministério Público Federal decidiu estender a investigação aos ex-presidentes Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, “possível apropriação indevida de bens públicos”.
Collor, FHC, Lula e o espólio de Itamar Franco foram intimados e têm até o final deste mês para a apresentação das respectivas defesas, ocasião em que poderão esclarecer eventual apropriação indébita de objetos “entregues por Estados estrangeiros em encontros diplomáticos e outros de natureza pública e institucional” que pertencem “à República Federativa do Brasil”. Ou seja, Em suma, o MP deseja saber se os ex-presidentes se valeram da folclórica “mão leve”.
No início de 2001, o UCHO.INFO publicou matéria denunciando o sumiço do crucifixo que adornava o gabinete presidencial do Palácio do Planalto, logo após a era Lula.
De forma célere, para impedir que a imagem de anti-Cristo conquistada na campanha eleitoral de 2010 voltasse à baila meses depois, a assessoria de imprensa palaciana esclareceu através de nota que o crucifixo pertencia ao ex-presidente Lula e que o exemplar da Bíblia continuava na Presidência.
Como não poderia ser diferente, até porque espelhar-se nos antecessores tornou-se uma especialidade petista, os advogados do ex-metalúrgico alegaram na defesa que outros ex-presidentes também levaram para casa – ou para institutos – objetos recebidos ao longo dos mandatos. Com base nessa tese estapafúrdia, mas que funciona como muleta de plantão para os “companheiros”, os defensores do lobista de empreiteira pediram o arquivamento da ação, mas o MP preferiu estender a investigação para todos os que exerceram seus mandatos presidenciais depois de 1991, ano em que a chamada “lei dos arquivos” foi editada.
A decisão do Ministério Público é no mínimo estranha, pois a gatunagem em questão foi praticada por Lula, não por seus antecessores. Como se o petista fosse um ser poderoso e inatingível, capaz de mover montanhas para atender seus próprios interesses, autoridades preferem exalar o olor do medo diante de alguém que não intimida quem quer que seja. Sendo assim, o que se deve fazer, na esteira da ação investigatória, é cobrar a devolução do crucifixo.
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